Conheça mais sobre os procedimentos cirúrgicos para o tratamento de tumores de pele.

Pela alta incidência, o câncer de pele é sempre uma preocupação , já que esse tipo de tumor corresponde a  ⅓ dos casos diagnosticados em todo mundo, seja pela exposição solar ou mesmo o avanço na expectativa de vida dos pacientes. Nesses diagnósticos, o procedimento cirúrgico para a retirada desses tumores e uma possível reconstrução por cirurgia plástica poderão ser uma indicação.

Sempre é bom lembrar que nem todos os tumores associados a pele são malignos, ou seja, existem tumores de pele ou que estão no tecido gorduroso abaixo da pele (conhecido pelos médicos como tecido celular subcutâneo) que são benignos, é o caso dos cistos epidérmicos (tumoração originada pela obliteração e alargamento do ducto excretor de uma glândula) e dos lipomas (tumor de partes moles, benigno, formado pelo crescimento localizado e anormal de células gordurosas, os adipócitos). Ambos são muito frequentes na população, porém, merecem investigação e, quando indicado, tratamento cirúrgico.

Como detectar um tumor de pele? 

É muito importante que os pacientes façam avaliações de rotina para detecção precoce de doenças , sejam cardiovasculares, oftalmológicas, urológicas, ginecológicas e outras. As doenças da pele, como as demais, quando tratadas no seu início tem uma resolução mais adequada, exigindo procedimentos menores, com menos cicatrizes e, possivelmente, uma maior porcentagem de cura!

Apesar da baixa mortalidade, o câncer de pele corresponde a 25% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), um volume expressivo. A doença é caracterizada pelo crescimento anormal e descontrolado das células da pele, em diferentes camadas e tipos de tumores.

Entre as principais causas dessas alterações está a exposição frequente à radiação ultravioleta, já que a maior parte dos casos têm relação com a exposição solar constante e precoce. Além disso, a idade, o histórico familiar, hábitos diários e o tipo de pele (já que há uma maior incidência em pessoas de pele clara), são fatores que influenciam, e muito, no aparecimento e desenvolvimento do câncer de pele.

Para o tratamento precoce a indicação é, pelo menos uma vez ao ano, que os pacientes façam um exame clínico dermatológico, já que diferente do que muitos pensam, o câncer de pele pode não apresentar sintomas como coceiras, irritações, sangramentos ou o crescimento anormal. Muitas vezes, os tumores se assemelham a pintas e lesões benignas, com apenas a irregularidade no formato, com uma área não tem bem delimitada, por isso, contar com a orientação de um médico especialista e os exames necessários farão a diferença na abordagem precoce da doença.

Além disso, o médico pode indicar a realização de uma dermatoscopia para avaliar as lesões suspeitas, principalmente nas lesões que não reúnem as características marcantes de um câncer cutâneo ao exame clinico tradicional e nos pacientes de alto risco para esta doença.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, “a dermatoscopia é um exame que, de forma não-invasiva, pode avaliar pintas, diferenciando as pintas benignas das lesões de risco. A dermatoscopia é um método que permite avaliar tanto lesões pigmentadas da pele, as chamadas pintas, como lesões não pigmentadas.”

Em tempo, é fundamental que toda lesão cutânea suspeita de câncer seja abordada cirurgicamente e uma vez retirada , seja enviada ao laboratório de anatomia patológica para estudo e elaboração de um laudo sobre a sua origem e tipo, além disto o cirurgião poderá dizer ao paciente se a cirurgia realizada foi suficiente ou se é necessário uma nova cirurgia (para ampliação da margens ressecadas) ou até um outro tratamento complementar como por exemplo, quimioterapia, radioterapia ou esvaziamento ganglionar*.

*Esvaziamento ganglionar é retirada dos linfonodos ou gânglios que drenam determinada região anatômica do corpo onde foi ressecado um tumor malígno cuja característica seja a disseminação linfática.

Entre as indicações para evitar o desenvolvimento do câncer de pele, está a proteção constante da exposição solar direta e a observação do surgimento ou crescimento atípico de pintas e sinais que aparecem na pele.

Como é a cirurgia para tratamento de câncer de pele?

O câncer de pele pode surgir em qualquer idade, mas a maior incidência está em pacientes acima dos 50 anos, comumente na face, como a região nasal, lábios e orelhas. Grande parte dos tumores de pele são retirados por procedimento cirúrgico, independente dos tratamentos posteriores, dependendo sempre, obviamente, da extensão do tumor (seu estadiamento) , seu desenvolvimento, do tipo histológico e da área atingida.

Neste processo, o tumor é retirado cirurgicamente, além de um pedaço de pele normal ao redor da lesão, uma margem de segurança que dependerá do tipo e tamanho do tumor. Nesse caso, dependendo da extensão, pode ser necessário realizar um enxerto ou um retalho de pele para cobertura da ferida, enquanto lesões pequenas podem ser fechadas ” diretamente ” por pontos. Dependendo da extensão desse procedimento e do tipo de tumor, uma cirurgia plástica reconstrutiva  pode ser indicada para reparar a região onde o tumor foi retirado e tentar recuperar a função e o contorno desta área.

A duração  e complexidade do procedimento, dessa forma, dependerá muito do tipo de tumor e do planejamento cirúrgico, já que tumores pequenos podem ser retirados com anestesia local, por exemplo. Apesar da baixa incidência de problemas, como todo procedimento cirúrgico é importante ressaltar a possibilidade de complicações como infecções, cicatrizes e a possível necessidade de tratamentos ou cirurgias futuras, quando não há a remoção total das células cancerosas ou quando a cirurgia inicialmente proposta não teve sucesso .

Outra dúvida frequente, as cicatrizes da operação dependerão, em parte, do tipo de cirurgia realizado, da cicatrização do paciente, do tipo de pele e do comprometimento do paciente em seguir as orientações médicas no pós-operatório. É normal que as cicatrizes sejam mais visíveis nos primeiros meses, mas com o tempo poderão se  tornar menos perceptíveis.

Dessa forma, tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento é indispensável contar com a orientação de médicos com referência e conhecimento na área, sempre um médico com a sua especialidade registrada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e devidamente reconhecida pela sua Sociedade de classe .

Dr. Cássio Amancio

Cirurgião Plástico

CRM 74381

Plástica Queimadura SMCC