Cirurgia plástica pós-gestação: Abdominoplastia pode ser uma indicação!

A gestação é um momento muito especial para grande parte das mulheres. Apesar da felicidade e realização que muitas sentem, a gravidez também traz uma série de mudanças no corpo, especialmente na região dos seios e do abdômen. Mudanças que nem sempre são bem-vindas e que podem afetar diretamente a autoestima e imagem corporal dessas mulheres, podendo se tornar um incômodo. Especialmente em casos em que há excesso de pele e flacidez, a cirurgia plástica de abdômen (abdominoplastia) pode ser uma indicação para recuperar a imagem corporal desejada.

Quando fazer a Abdominoplastia?

Mesmo durante a gravidez, muitas mulheres têm dúvidas se terão novamente o corpo e silhuetas que mantinham antes da gestação. Com o avanço das técnicas e procedimentos estéticos atuais, há a possibilidade de conquistar resultados cada vez mais naturais e satisfatórios. Os resultados possíveis, porém, dependerão em grande parte do quanto a paciente mudou durante o período, o seu ganho de peso e os hábitos que foram adotados antes, durante e após a gravidez.

Normalmente associada aos pacientes que passaram pelo procedimento bariátrico, a abdominoplastia também pode ser uma indicação para mulheres que apresentam excesso de flacidez e pele na região da barriga após a gravidez. Diferente da lipoaspiração, a abdominoplastia é uma recomendação quando existe um excesso de pele e gordura nessa região, independe se a mãe optou pelo parto normal ou cesárea.

Em tempo, existem técnicas modernas de abdominoplastia que são realizadas em associação a lipoaspiração, é o caso da Lipoabdominoplastia ou, em outras pacientes, o cirurgião plástico poderá realizar a abdominoplastia convencional ( “Clássica”) para retirada do excesso de pele e no mesmo ato anestésico realizar a lipoaspiração complementar dos flancos do abdomen (regiões laterais da “barriga”) ou mesmo da região dorso lombar (nas costas , na linha da cintura), por exemplo.

A técnica será definida pelo cirurgião plástico de acordo com a necessidade e discutida previamente com a paciente, sendo apresentado o objetivo da cirurgia, as suas peculiaridades e possíveis complicações . Apesar das complicações associadas a estes procedimentos serem pouco frequentes , elas devem ser informadas a paciente antes da cirurgia, pois podem levar a um resultado insatisfatório (como cicatrizes hipertróficas ou largas) ou até a complicações sistêmicas graves ,como os “acidentes trombo embólicos “*.

*”Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular: “a trombose venosa profunda (TVP) caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas, com obstrução parcial ou oclusão, sendo mais comum nos membros inferiores. As principais complicações decorrentes dessa doença são: insuficiência venosa crônica (síndrome pós-trombótica) e embolia pulmonar… A rápida adoção de estratégias diagnósticas e terapêuticas é crucial para evitar essas complicações.”

*http://www.sbacv.org.br/lib/media/pdf/diretrizes/trombose-venosa-profunda.pdf
A indicação da abdominoplastia, em geral, é realizada um ano após o nascimento do bebê e, naturalmente, após o fim do período de amamentação, para que o corpo esteja estabilizado e também equilibrado do ponto de vista hormonal. Nesses primeiros meses, mesmo que a imagem corporal não esteja como desejado, cirurgias e regimes drásticos não são indicações saudáveis. A orientação do tempo correto para cada pacientes dependerá, portanto, da avaliação clínica durante as consultas e se a paciente já se recuperou e se apresenta em condições de saúde normais.

É importante que as pacientes saibam que o procedimento é recomendado nos casos em que a mulher não deseja mais engravidar. Assim, o planejamento familiar deverá ser definido antes da programação da abdominoplastia e essa possibilidade deverá ser discutida previamente com o médico.

Procedimento e pós-operatório

Para melhorar o contorno do abdômen, os músculos da região são reaproximados até a sua posição natural antes das gestações, como se fosse uma “cinta interna” e a retirada do excesso de pele abaixo do “umbigo”. Normalmente esta cirurgia dura em torno de quatro horas, a abdominoplastia utiliza anestesia geral ou peridural com sedação, com internação de 24 horas, em geral. São utilizados drenos de aspiração para evitar o acúmulo de líquidos pós-operatórios, que serão retirados após alguns dias da cirurgia.

A paciente que tem o desejo de realizar uma abdominoplastia deve conversar com o médico sobre as necessidades do pós-operatório, já que entre as exigências do processo está evitar de pegar peso por algumas semanas, o que pode dificultar a mãe de carregar o bebê, por exemplo. Por ser uma cirurgia que exige o repouso na recuperação, é indicado que a paciente conte com um planejamento prévio e auxílio durante as primeiras semanas, até a liberação médica para retomada das funções, normalmente após vinte dias. Em casos sem complicações, entre seis a oito semanas a paciente já terá um resultado mais próximo do final.

Para o melhor resultado e a manutenção do peso ideal, recomenda-se adotar uma rotina saudável, com alimentação equilibrada e exercícios físicos. É importante ter consciência de que a abdominoplastia será o complemento de um programa de bem-estar e só com a mudança de atitudes será possível manter os resultados conquistados, já que a cirurgia plástica não deve ser entendida como um recurso de emagrecimento. Assim, a escolha de realizar a cirurgia deve ser amadurecida pela própria paciente com orientação médica, e não baseada no companheiro, amigos ou familiares.

Como sempre é indicado em procedimentos estéticos, é necessário desconfiar de preços abaixo da média, buscar profissionais com referências e estrutura indicada para realização dos procedimentos. É indispensável contar com a orientação de médicos com referência e conhecimento na área, sempre um profissional reconhecido pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Dr. Cássio Amancio

Cirurgião Plástico

CRM 74381

Plástica Queimadura SMCC