Prótese de Mama – mitos e dúvidas sobre o procedimento!

Apesar da ideia sobre a preferência nacional pelas curvas do bumbum, os dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica indicam uma mudança no país: os procedimentos de aumento de seios com prótese de mama já são o segundo do ranking nacional, só perdendo em números para a lipoaspiração. Além dos casos reparadores, há uma grande incidência e curiosidade pelos efeitos na aparência e autoestima através do aumento com próteses de mama. Apesar de cada vez mais popular e difundida, entretanto, ainda há muitos mitos e dúvidas sobre a cirurgia.

Para quem é indicada a prótese de mama?

Um ponto importante da imagem corporal feminina, as próteses de mama podem ser uma indicação para mulheres que estão descontentes com o volume, formato ou diferença entre as mamas, o que geralmente afeta diretamente a autoestima das pacientes, podendo gerar insegurança, ansiedade e até uma sexualidade prejudicada. Queixas sobre seios assimétricos, desproporcionais ou pequenos, portanto, são os motivos mais comuns que levam as mulheres aos consultórios.

Nesse sentido, não há uma idade indicada para a prótese mamária, já que o procedimento pode ser realizado a partir do completo desenvolvimento da mama, após adolescência (em geral, acima dos 16 anos) . Tanto mulheres jovens quanto as mais maduras que tenham esse incômodo na sua aparência podem procurar essa indicação.

Cada paciente, dessa forma, terá uma avaliação individualizada, portanto, os exemplos e sugestões de amigas, parentes ou mesmo celebridades podem não ser indicadas para o seu perfil. A decisão de colocar próteses de mama deve ser uma escolha pessoal e a opinião técnica do cirurgião plástico é fundamental para esta tomada de decisão!

A escolha da prótese

Após décadas de avanços, atualmente contamos com próteses de diferentes formatos e tamanhos, que deverá ser avaliado e indicado durante as consultas. A paciente deve estar aberta para discutir as opções, uma vez que a definição de “mama perfeita” pode variar muito dependendo do exame físico, perfil e objetivo de cada uma. Atualmente, há a valorização de resultados cada vez mais naturais e correspondentes com a estrutura da paciente, portanto, aquela ideia de seios enormes e arredondados já está longe de ser a única opção padrão. O mito que colocar silicone te deixará com mamas enormes e desproporcionais não é mais aceito como “ideal estético” pela maioria das pacientes.

Além disso, a idéia da prótese mamária ter uma consistência rígida e pouco natural não é mais compatível já que as atuais próteses oferecem um toque agradável e natural.

Outro mito comum é que as próteses mamárias são permanentes, existe uma recomendação da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica ,que é aceita pela maioria dos cirurgiões plásticos de todo o mundo, que as pacientes que tenham prótese mamária façam uma “revisão” dos seus implantes a cada 10 anos em média. Esta revisão poderá ser a manutenção (caso o exame físico e os exames de imagem estejam normais e a paciente esteja feliz com o seu resultado), a substituição dos implantes antigos por novos implantes ou, até mesmo, o explante (retirada definitiva dos implantes seguida de um lifting mamário).

Em tempo, é bom lembrar que todas mulheres com implantes ou não devem seguir uma Rotina Anual de exames preventivos e que a troca ou a retirada dos implantes pode ser indicada a qualquer momento, se ocorrer alguma necessidade especial apontada pelo médico especialista.

Procedimento e pós-operatório

A colocação das próteses pode ser feita através da axila, aréola ou através do sulco mamário, preferencialmente, em hospitais com estrutura adequada e retaguarda caso ocorra alguma intercorrência. Existem dois locais principais onde o silicone pode ser colocado: por cima ou por baixo do músculo peitoral. De forma genérica, as próteses por cima do músculo são usadas principalmente em casos de pacientes que já apresentam algum volume nas mamas, com recuperação mais rápida, enquanto as próteses colocadas por baixo do músculo são indicadas para mulheres com pouco seio e nos casos de reconstrução mamária após tratamento oncológico das mamas.

Além disso, o implante de próteses mamárias, como qualquer outra cirurgia que utiliza um “material estranho ao organismo”, pode evoluir com complicações pós operatórias, como por exemplo: infecção, hematoma, abertura dos pontos, assimetrias entre as mamas e contratura capsular (reação cicatricial severa ao redor das próteses que implica no endurecimento do tecido, diminuição do volume da mama e desconforto local). O bom profissional, deve reconhecer estas complicações e promover as ações necessárias para sua resolução o quanto antes. Felizmente estas situações são pouco freqüentes, porém, se estiverem presentes poderão implicar na retirada do implante para que seja realizado o tratamento adequado e, posteriormente, no momento oportuno, a realização de um novo implante.

Na maioria das vezes, o pós-operatório não costuma ser muito dolorido, mas é importante seguir as indicações de repouso e recuperação. As atividades físicas serão permitidas a partir de um mês, de forma gradual e com consentimento médico. Normalmente entre quatro a oito semanas o inchaço e sensibilidade já estará mais suave, até que o resultado final possa ser percebido. A cicatrização e recuperação, entretanto, dependerá em grande parte da dedicação e condições da própria paciente!

Como sempre, em qualquer procedimentos estético ou não , desconfie de preços abaixo da média, procure profissionais com referências e estrutura adequada para realização da cirurgia. Ainda mais por se tratar de um procedimento que está na ‘moda’ e desperta o interesse pela associação com as celebridades, é indispensável contar com as orientações antes e após os procedimentos e esclarecer todas as dúvidas. Assim como é fundamental contar com a orientação de médicos com referência e conhecimento na área, sempre um profissional reconhecido pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Dr. Cássio Amancio

Cirurgião Plástico

CRM 74381

Plástica Queimadura SMCC